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domingo, 27 de março de 2011

INcantos e Mistérios da Memória

Os pigmentos que sobrepõem-se  ao rascunho carbôneo tracejado no quadro memorial de cada individuo, geralmente podem ser visualizados sob duas tonalidades: uma monocromática e outra vivamente colorida.
As lembranças coloridas são aquelas que quando recordamos parecem sempre que aconteceram há minutos atrás, embora tenham ocorrido há horas, meses ou anos. Elas nos trazem a sensação de aconchego e plenitude, acompanham suspiros, olhos contemplativos, sorrisos gratuitos e abobalhados. São prazerosas e transmitem os melhores estímulos.
As lembranças monocromáticas são um pouco mais complexas. Elas subdividem-se em duas categorias: aquelas tenuemente monocromáticas devido ao tempo e as fracas pilhas que as recarregam, e aquelas que são monocromáticas por opção in ou consciente do seu detentor, independente da cronologia.
Em todo esse contexto o que mais me intriga é o mistério que cerca as pinceladas que cada lembrança recebe e a intensidade de nitidez com que elas surgem e ressurgem na tela opaca de nossas recordações.
A memória nada mais é que um fluxo liquido ou pastoso de tonalidades diferentes em momentos distintos, resulta de um movimento nuântico de cores que pode ser alterado a qualquer momento. Tudo depende do olhar!
 Uma lembrança monocromática a qualquer instante pode receber outras pigmentaçõe que lhe roubarão o caráter mono e a tornarão um arco íris de infinitas colorações. É mais ou menos assim: aquela lembrança que mais parecia uma daguerreotipia sem retoques de cor, de uma hora para outra ressurge como um vivaz quadro de Beatriz Milhazes com toda sua avalanche de informações sensoriais encabeçadas pela profusão de cores fortes e vibrantes.
E é exatamente aí que incide o mistério!

-    O que determina a cromaticidade de uma memória?
- O tempo? A escolha pessoal? Acontecimentos externos involuntários? O inconsciente?

-    Quanto temos de controle sobre isso?

É bem mais comum as lembranças negativas (não estou me referindo aqui as traumáticas, mas, a propósito o que será que determina a traumaticidade?) se perderem no “ túnel do tempo”, uma vez que por serem desagradáveis não ficam sendo rememoradas pelas pessoas, pelo contrário, elas ficam ali quietas, quase que escondidas por seus tutores até que de repente tornam-se fantasmas inoperantes. Uma lenda morta! Mas, existem também lembranças agradabilíssimas que vão perdendo consistência até desaparecerem ou tornarem-se apenas um véu que vez ou outra balança no vento que o destino sopra sobre a história pessoal de cada individuo. Tudo muito natural, não? Mas por que uma lembrança extremamente prazerosa e importante se perde e outra não? Ou seja, por que algumas recordações agradáveis ficam ali sempre ativas pela memória enquanto outras asfixiam-se longamente, senão eternamente, no profundo poço do não memorável?
Comecei a me perguntar isso...
Recentemente encontrei um livro publicado por esforços da minha professora de Literatura do Ensino Médio, Nazaré Silva, excelente professora por sinal e a quem eu muito devo da minha aflorada sensibilização artística. O livro intitulado "Poesias INcantos", reunia diversas poesias produzidas por alunos que estudavam na Escola Augusto Antunes. Não sei dizer ao certo quais as circunstâncias que moveram cada aluno a escrever os poemas, mas eu, que tenho uma poesia publicada no livro, a escrevi por causa de uma atividade sobre o Arcadismo. Isso eu me lembro bem!
Na turma, a professora falava vez ou outra sobre a publicação do livro e fazia mistério dizendo que haveria produção poética de algum aluno da turma. Mas não dizia quem. Qual foi minha surpresa quando fiquei sabendo por ela, muito tempo depois, que eu deveria participar da pequena e singela cerimônia de lançamento do livro! A cerimônia, agora me recordo bem, foi no final de uma tarde. Ah! Olhando algumas dedicatórias assinadas pelos outros alunos que também eram autores do livro, posso dizer precisamente que foi no final de uma tarde do dia 22.05.04. Lembro-me de muitos detalhes nesse momento, da única pessoa da minha família que se fazia presente: meu irmão mais velho e meu grande companheiro, Alan; dos amigos que também lá estavam; dos professores; dos sorrisos e abraços de parabéns! Nossa, essa recordação é, agora, uma primavera visual, mas ela esteve na monocromia por muito tempo e - se não fosse o fato de eu ter encontrado o livro, ou melhor, de minha mãe o ter guardado - ela bem que poderia ter permanecido em preto e branco, até que o preto desbotasse de vez e ela se perdesse no branco total do vazio.

- Por que eu não me lembrava mais desse acontecimento marcante na minha vida?

- Por que eu lembro de outros, alguns menos, outros tão importantes quanto esse?

- Por que?

Será que Freud tem respostas sobre isso?

Antes de pesquisar, deixo aqui, minha piegas e humilde poesia com características arcadistas que fiz quando eu tinha 16 anos e algumas palavras do texto de apresentação da admirável professora Nazaré Silva, minha anunciadora no caminho das artes.


"Dois são os motivos que geram em mim a satisfação de ver esta obra produzida: a autenticidade expressa daqueles que a escreveram e o cuidado que cada um dispensou a cada palavra, ao compor um verso ou ao engrenar uma rima mais arrojada.(...) Aqui intitulo as poesias de INcantos por considerar suas mensagens apelos acústicos não somente aos ouvidos, mas aos corações pouco acostumados às grandes melodias poéticas".

Quando penso em tudo que defrontei
Esqueço de desistir
Pois sem você não há vida
E eu respiro somente por ti.

Sei que o meu amor tu desconheces
Porém isso não me debilita
Pois assim com a brisa do vento
Te pressinto a cada dia

A batalha há de ser longa
E muito ainda hei de sofrer
Mas no caminho existem flores que me guiam até você

Meu amor, tu não sabes 
Como viver é um grande sacrifício
Porém isso só acontece
Quando se ama o impossível!




sexta-feira, 11 de março de 2011

Galeria Antônio Munhoz Lopes inicia seu calendário sistemático para 2011



No mês de março comemora-se o dia internacional da mulher.Essa celebração histórica tem como origem as manifestações do sexo feminino por melhores condições de vida e trabalho. Nesse sentido, o SESC Amapá, por meio da Galeria Antônio Munhoz Lopes, organizou uma exposição coletiva com artistas atuantes no estado do Amapá. O intuito é homenagear a força feminina na produção visual do estado.
A exposição ocorrerá no período de 14/03/11 a 08/04/11 e contará com trabalhos das artistas que compõem o grupo Juçara: Carla Marinho (AP), Cristiana Nogueira (RJ), Jonata Lacerda (AP), Maria José (PB), Irê Peixe (AP), Rosiani Olivia (AP) e Ghazia Brito (AP).
O grupo Juçara surgiu em 2006 por artistas mulheres preocupadas em fomentar a cultura no estado. Uma das características de formação do grupo é permitir a livre participação de artistas de quaisquer modalidade das artes plásticas, que através de suas diversas expressividades, discutem questões estéticas, sociais, politicas e culturais.
Algumas obras que farão parte da exposição são inéditas e todas abordam temáticas variadas: identidade, violência contra a mulher, descoberta do corpo, tempo , abstração e natureza.
A vernissage da exposição do grupo Juçara ocorrrá no dia 14/03/11 às 20:00 h na Galeria Antônio Munhoz Lopes que fica localizada no Centro de Atividades SESC Araxá. A visitação, de caráter gratuito, ocorrerá de segunda a sexta-feira no horário de 08:00 h às 12:00 h  e 14:00 às 18:00 h. Em caso de agendamento, prévio feito por grupos, a Galeria poderá funcionar à noite e aos sábados.

MAIORES INFORMAÇÕES:
Setor de Cultura do SESC Amapá
Endereço: 
R: Jovino Dinoá, 4311 - Beirol
Macapá - AP
Telefone: 3241 44-40/ ramal 257
Email: sescapartesvisuais@gmail.com

(Falar com Thomaz Miranda ou Michele Lobo)




sexta-feira, 4 de março de 2011

INSCRIÇÕES ABERTAS PARA A 17ª EDIÇÃO DO SALÃO UNAMA DE PEQUENOS FORMATOS


Este ano, através do Núcleo Cultural da UNAMA e sob a organização da Galeria de Arte Graça Landeira, ocorrerá a 17ª Edição do Salão UNAMA de Pequenos Formatos, mostra contemporânea de artes visuais, de abrangência nacional,que será realizado no período de 19 de maio a 27 de junho, nos Espaços da Galeria.

As inscrições já estão abertas e vão até o dia 04.04.11. Podem concorrer ao Salão, artistas brasileiros, naturalizados  e estrangeiros residentes no País a mais de três anos, inscrevendo-se nas seguintes modalidades: Pintura, Desenho, Gravura, Escultura, Objeto, Fotografia, Instalação, Vídeo e Técnicas Mistas.
As dimensões das obras bidimensionais e tridimensionais não podem ultrapassar a 40cm, incluindo a moldura. O vídeo deverá ter no máximo 40 segundos de duração e a Instalação não deverá ultrapassar a 1m³, regular.
A seleção das obras será feita nos dias 14 e 15 de abril por uma comissão constituída de três profissionais da área das artes visuais, sendo dois do Pará e o terceiro de outro Estado brasileiro.
Os artistas selecionados concorrerão prêmios que totalizam o valor de R$ 17.000,00, sendo assim distribuídos: R$ 9.000,00 (Grande Prêmio);R$ 4.000,00 (Prêmio Especial “Graça Landeira”) e R$ 4.000,00, em prêmios aquisição, que será dividido conforme o valor de cada obra, ou do conjunto delas.
A abertura oficial do Salão será no dia 19 de maio, às 20h, com a exposição de todas as obras selecionadas e premiadas e , também, de  obras de artistas convidados pela curadoria do salão.
Paralela a mostra oficial, teremos uma Sala Especial com obras de artistas paraenses, ex - alunos dos cursos de Educação Artística e Artes Visuais e Tecnologia da Imagem da UNAMA. A intenção deste segmento expositivo é de fortalecer o dialogo das ações culturais oferecidas pelo Núcleo Cultural com as atividades acadêmicas da instituição, e de manter projetos de apoio a produção artística local.

A curadoria do Salão estará sob a responsabilidade de Emanuel Franco e a montagem das exposições sob os cuidados da equipe da Galeria e de outros profissionais da área. 
Os artistas podem encontrar o Regulamento e a Ficha de Inscrição, no site da UNAMA ou na própria Galeria, nos horários de 9h às 12h e 15h às 18h. Informações pelos telefones (91) 4009-3148 / 3150 ou através dos e-mails: galeria@unama.br/emanuelfranco@unama.br.
As inscrições são grátis e deverão ser feitas com a apresentação dos dossiês e de outros documentos exigidos pelo Regulamento.

Recado dado!

Fonte: Emanuel Franco

quinta-feira, 3 de março de 2011

EU QUE NÃO SEI QUASE NADA DO MAR...




Me agarrei nos seus cabelos, sua boca quente pra não me afogar...
Tua língua correnteza, lambe minhas pernas como faz o mar.
E vem me bebendo toda, me deixando tonta de tanto prazer.
Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio. Não vou esquecer...


EU QUE NÃO SEI QUASE NADA DO MAR,
DESCOBRI QUE,TAMBÉM, NÃO SEI NADA DE MIM...


Ana Carolina e Jorge Vercilo

terça-feira, 1 de março de 2011

INSCRIÇÕES ABERTAS PARA O VI ALDEIA SESC - POVOS DA FLORESTA




No período de 02 a 06 de maio, o SESC Amapá estará realizando a VI Aldeia SESC – Povos da Floresta, um projeto cultural de fomento à produção nos diversos segmentos artísticos: música, cinema, literatura, arte cênicas, artes visuais e tradição. Como caráter primordial do projeto, além das apresentações artísticas, também haverá a realização de workshops, oficinas, palestras e debates, com o intuito de incitar a formação técnica e intelectual, do público participante.

O QUE SÃO AS ALDEIAS?

As Aldeias formam uma rede de pequenos postos de troca de bens culturais originais e singulares, ou seja, não produzidos em série e nem copiados. São laboratórios de pesquisa e desenvolvimento, vasos comunicantes do sistema produtivo Cultural. As Aldeias promovem não só o intercâmbio entre os produtores locais como possibilita, ainda, o contanto com os agentes culturais de outros estados. Desta forma, atores e apreciadores são envolvidos numa rede de permuta e valorização das diversas linguagens artísticas. 

QUEM PODERÁ PARTICIPAR DO PROJETO?

Poderão participar do VI Aldeia SESC – Povos da Floresta grupos e artistas locais e de outros estados brasileiros.

DAS INSCRIÇÕES

Período: de 01 a 18 de março

As inscrições são para os artistas e demais interessados em integrar a programação com algum produto artístico ou de formação cultural nas linguagens de: música, cinema, literatura, arte cênicas, artes visuais e tradição. Para isso é necessário adquirir a ficha de inscrição que está disponível no site: www.sescamapa.com.br e no setor de cultura do SESC/AP.

Além da ficha de inscrição é necessário que o proponente apresente release do espetáculo ou show, fotos em CD, histórico do artista ou grupo, sinopse, ficha técnica, gravação do espetáculo ou show em DVD (opcional), registro de gravação em CD (propostas musicais), cópias de RG, CPF ou PIS (se a proposta for de Pessoa Física), CNPJ (caso for pessoa Jurídica), e portifólio acompanhado de matérias em jornal.

- Para você que mora em outro estado, coloque tudo em um envelope, lacre e enderece a:

Seção de Cultura – SESC Amapá

R: Jovino Dinoá, 4311 – Beirol

CEP: 68900-000

Macapá – AP

- Para você que mora na terra das Bacabas, é só entregar pessoalmente no Setor de Cultura do Sesc Amapá (mesmo endereço acima descrito).

DA ORGANIZAÇÃO E SELEÇÃO

A Comissão de organização do evento convidará 03 (três) profissionais reconhecidamente envolvidos com as artes para que estes selecionem os produtos e atrações que integrarão a programação da VI Aldeia SESC – Povos da Floresta.

DA ACESSIBILIDADE

Para ações de capacitação e formação do VI Aldeia SESC - Povos da Floresta (exceto as palestras) serão cobradas taxas simbólicas, bem como para as apresentações de teatro e dança.
Os shows que serão realizados em no SESC CENTRO, exposição (Galeria Antônio Munhoz e espaços alternativos) e exibições de filmes e vídeos, serão de acessibilidade gratuita.

ESPAÇOS FÍSICOS QUE SERÃO PÓLOS DE REALIZAÇÃO DO VI AlDEIA

- Salão de eventos – Centro de Atividades Araxá
- Teatro Porão - Centro de Atividades Araxá
- Hall da Escola Sesc – ao lado do Centro de Atividades Araxá
- Teatro das Bacabeiras
- Universidade Estadual do Amapá – UEAP
- Universidade Federal do Amapá – UNIFAP
- Escolas públicas do estado

Não fique de fora, se esforce para participar e se agende para apreciar!


MAIORES INFORMAÇÕES:

(96) 3241 - 4440

ramal 257